Publicado em 28 de setembro de 2023
Ao buscar informações sobre parto, há o nome de uma substância que sempre surge: a ocitocina. A seguir, o Dr. César Romão Martins esclarece as principais dúvidas a respeito da ocitocina e o seu papel no parto.
Dr. Cesar Romão Martins – CRM-SP 97214
– Título superior em Anestesiologia (TSA) pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)
– Professor do Portal Anestesia
A ocitocina é um hormônio naturalmente produzido pelo organismo.1,2
CERTO
A ocitocina é produzida no cérebro e armazenada na hipófise, de onde é liberada quando ocorre um estímulo. Por exemplo: durante o trabalho de parto e pós-parto imediato ela é responsável pela contração uterina e quando o bebê suga o peito a ocitocina auxilia na ejeção do leite materno.
A ocitocina é chamada de hormônio do amor porque favorece a formação de laços afetivos.
CERTO
A ocitocina naturalmente produzida é um componente-chave na transição para a maternidade, pois afeta as vias moleculares que suavizam a reatividade ao estresse, dá suporte no sentido de melhorar o humor e regula comportamentos maternos, como a lactação. Além disso, ela produz um efeito que favorece a interação social, reforçando vínculos afetivos e ajudando a mãe a criar um elo com o bebê — por isso é chamada de hormônio do amor.3
A ocitocina sintética é igual àquela naturalmente produzida pelo organismo.
CERTO
Elas são idênticas entre si. A diferença está apenas na nomenclatura: uma é sintética e outra é natural. Do ponto de vista molecular, não existe diferença.
A ocitocina sintética é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para todas as mulheres após o nascimento do bebê.
CERTO
A segunda principal causa de morte materna, tanto no Brasil quanto no mundo, é a hemorragia pós-parto. Até 70% dos casos de hemorragia pós-parto ocorrem por atonia uterina, quando o útero não se contrai após o nascimento do bebê e não estanca a hemorragia. Por isso, a ocitocina sintética é indicada pela OMS para toda as mulheres no pós-parto porque diminui em até 50% o risco de atonia uterina.5 A OMS e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomendam a administração de 10 UI de ocitocina por via intramuscular após o parto vaginal e a administração de 5 UI a 10 UI por via intravenosa após o parto cesárea, seguidas pela administração de 20 UI em infusão contínua por 4 horas, para prevenir a mortalidade causada pela hemorragia pós-parto.4
A ocitocina sintética pode ser usada sem prescrição médica. 4,6
ERRADO
A ocitocina deve ser prescrita por um médico. No entanto, como é recomendada pela OMS para todas as mulheres logo após o parto4, é habitual que a ocitocina também seja administrada nos hospitais onde o parto é realizado por enfermeiros-obstetras, prescrita por um médico.
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