Home > Notícias > Capacitação é a chave para o anestesista assumir seu papel na gestão hospitalar

Capacitação é a chave para o anestesista assumir seu papel na gestão hospitalar

Publicado em 24 de fevereiro de 2023

Claudia Gruntoski de Oliveira – CRP-PR 07147/08

  • Gestora da WMC+ Anestesia – São José dos Pinhais, PR
  • Pós-graduada em Psicopedagogia na Dependência Química, Psicologia Hospitalar, Neuropsicologia e Gestão em Saúde pela Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein

Dr. Wanderson Machado Carvalho – CRM-PR 15200

  • CEO WMC+ Anestesia, médico anestesista e intensivista 
  • Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Campos – Campos dos Goytacazes, RJ 
  • Médico residente em Anestesiologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)

Alguns médicos anestesistas autônomos têm uma visão desatualizada do cenário atual em saúde no que se refere à sua qualificação profissional. Portanto, a discussão deste tema deve ser iniciada com um olhar muito importante: a qualidade da prestação de serviços médicos em anestesiologia. Ser um profissional de excelência não é mais um enaltecimento, pois a excelência técnica é um compromisso profissional firmado entre o médico, seus órgãos de classe e reguladores da profissão, sendo, portanto, uma obrigatoriedade. Todo paciente (consumidor de serviços de saúde) espera que o médico preste um serviço excelente.

É necessária uma equipe médica anestésica para o adequado funcionamento dos hospitais e clínicas. É fundamental, sustentável e promissor quando há profissionalismo na anestesia, ou seja, quando a gestão dos processos envolve a sustentabilidade empresarial profissionalizada. Assim, pode-se reverter uma máxima dos gestores em saúde: de “a anestesiologia é um mal necessário” para “a anestesiologia é um bem fundamental e necessário”, com atuação empresarial profissionalizada diante do cenário de investimento imperativo em saúde nos âmbitos nacional e internacional.

Neste sentido, as empresas prestadoras de serviços de gestão em anestesia junto a hospitais e clínicas, como a WMC+ Anestesia, têm como desafio diário buscar soluções inteligentes baseadas em três pilares (Figura 1) sobre o fluxo de pacientes eletivos, urgência e emergência para procedimentos no bloco cirúrgico-anestésico, em ambiente externo e sublocados nas dependências do hospital (serviços de exames diagnósticos). Entre os objetivos do anestesista na gestão hospitalar, estão aumentar o número de cirurgias por dia e diminuir o overbooking em determinados horários, junto à realização de consulta pré-anestésica e o acompanhamento pós-anestésico/pós-alta hospitalar até 90 dias, com registro digital de todo o processo em modelo Enterprise Resource Planning (ERP), disponibilizando a integração com o software já utilizado pelas clínicas e hospitais. Esse modelo garante níveis elevados de segurança e qualidade, geração de dados para os gestores e remuneração de ticket médio sustentável em prol da disponibilidade de um time de anestesistas aceitável para o cumprimento da escala de plantão 24 horas, otimizando os recebíveis da equipe de anestesistas que geralmente acontecem por produção, plantão + produção, plantão, entre outros modelos utilizados no Brasil. 

Para atender a esse padrão de atuação, o médico anestesista deve investir em sua capacitação, envolvendo os três pilares citados anteriormente, para obter resultados melhores e mais adequados. O hospital ou clínica tem no médico anestesista um profissional completo, quando profissionalizado, e o mais atuante junto às estruturas mais caras e producentes da organização de saúde, podendo estruturar e reestruturar processos sustentáveis, qualificados e inovadores. Assim, todos ganham: pacientes, gestores e médicos.

Figura 1. Pilares da prestação de serviços médicos em Anestesiologia

Oliveira CG e Carvalho WM. São Paulo, SP, 2019.

 

Referências:

  • Moreira FM, Nascimento TCDC, Murakami BM, et al. Clinical predictors of risk for decreased cardiac tissue perfusion after percutaneous coronary intervention: a retrospective cohort study. Int J Nurs Knowl. 2019;30(3):162-7.
  • Hill LL, Evers AS. Perspective: hospital support for anesthesiology departments: aligning incentives and improving productivity. Acad Med. 2012;87(3):348-55.
  • Dexter F, Epstein RH. Associated roles of perioperative medical directors and anesthesia: hospital agreements for operating room management. Anesth Analg. 2015;121(6):1469-78.
  • Ferreira J, Boto P. Cancelamentos de cirurgias eletivas no próprio dia da operação num hospital português: um ano em perspectiva. Acta Med Port. 2021;34(2):103-10.
  • Beuscart-Zéphir MC, Menu H, Evrard F, et al. Multidimensional evaluation of a clinical information system for anaesthesiology: quality management, usability, and performances. Stud Health Technol Infor. 2003;95:649-54.
  1. Levine WC, Dunn PF. Optimizing operating room scheduling. Anesthesiol Clin. 2015;33(4):697-711.
  2. O’Sullivan CT, Dexter F. Assigning surgical cases with regional anesthetic blocks to anesthetists and operating rooms based on operating room efficiency. AANA J. 2006;74(3):213-8.
  3. Ehrenfeld JM, Dexter F, Rothman BS, et al. Lack of utility of a decision support system to mitigate delays in admission from the operating room to the postanesthesia care unit. Anesth Analg. 2013;117(6):1444-52. 
  4. Sousa MM, Carvalho R. Gestão de custos no centro cirúrgico: impacto financeiro e perda de receita. Revista SOBECC. 2021;26(2):84-90. 

Mais matérias

O Congresso Paulista de Anestesiologia (COPA) de 2023 destacou as tendências, inovações e desafios da área

O COPA deste ano, realizado em São Paulo, foi um sucesso e reuniu especialistas em diversas subespe...

O benefício do uso de anti-inflamatórios em serviços de pronto atendimento

Analgésicos anti-inflamatórios: Uma abordagem eficaz no alívio da dor aguda em pronto atendimento...

VOFLUR® (sevoflurano): um anestésico anacrônico?

O Papel Contínuo do Sevoflurano na Anestesiologia Moderna...